ando roto em passos tardos
por vielas sem saída
já me escorro desta vida
a alma e a mim ninguém socorre
e já não ando eu escorro
me perde a sanha e a vileza
de mão pura em malvadeza
deda o divino e eu morro
triste amarra um alexandre
não existe a desatar
somente um mar desditado
em que navego devagar
ondas morosas eu dropo
e o mar e o sal e a fé e o mal
e moro então sobre velas
e nelas como mundo eu topo
sem saber donde me escapo
bebo-me e fujo sem sinal
dar de mim vil animal
que esconde a dor no seu papo
e o trapo em que me apresento
esconde a luz de um asceta
e ensaio ritos de morte certa
que porém não represento
de tudo que mais me faço
senão da dor que me aumento
* Publico aqui em meu blog esta preciosidade de poema, escrito por Juniores Rodrigues e Jessé Gabriel da Silva, em ocasião de uma tomada de Coca-Cola. Pretendo em breve publicar ensaio sobre este poema no presente blog.
Joesat Vosie
Eu já avancei só por mesmo avançar
como tem-se dito e feito para mais dizer do fato
eu ousei minha própria e ilustre estupidez no espelho
velho desconforto alheio a todo bem
Eu era o desatino e a tristeza destas horas negras
E não cuidava que houvesse o exato e pio instante
De todas as chagas romperem-se em pus
I
Nenhuma estrada esquece o rastro, no audaz desgosto de ser pisada e agüentar silente. Eu tive propósitos parecidos, mas assim, a soma de tudo me constrangeu, me contundiu. Era exato tanto sofrer sem precisão nenhuma, a princípio era somente... Alguma coisa que esqueci, se fosse, seria todo o meu problema arresolvido. Mas quem é que queria saber desta história sem começo que me acometeu se sucedendo o meu desterro? Eu tinha que aspirar a esta vitória antes mesmo de tudo se querer, assim – esquecendo que a derrota se consistia em consistência bem no meinho?